Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DE MICRORGANISMOS EM CERATITES ULCERATIVAS E O PERFIL DE RESISTENCIA EM RELAÇAO AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS DISPONIVEIS.
Resumo
Ceratite ulcerativa é um quadro ocular comum em cães, de origem multifatorial, que resulta em diminuição ou perda total da visão. Frequentemente, as úlceras são contaminadas por bactérias da microbiota conjuntival levando a progressão da afecção e, consequentemente, a necessidade da terapia antimicrobiana. Por sua vez, o uso desenfreado de antimicrobianos provoca diretamente riscos à saúde única, provocados pela resistência e multirresistência bacteriana, que também são comuns na oftalmologia veterinária. Logo, a cultura, o isolamento, a identificação e a avaliação da susceptibilidade antimicrobiana são essenciais para o tratamento adequado, bem como para a observação do perfil epidemiológico de bactérias, prevenção e contenção da resistência bacteriana. Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar microrganismos presentes em olhos caninos acometidos por ceratites ulcerativas, em diferentes graus de evolução, e verificar o perfil de resistência aos princípios antimicrobianos disponíveis. Desse modo, foram colhidas amostras do saco conjuntival de cães acometidos, as quais foram cultivadas, identificadas por MALDI-TOF e submetidas ao teste de suscetibilidade antimicrobiana por disco difusão. Foram avaliados 83 cães acometidos por ceratites ulcerativas, destes, 51,81% (43/83) eram fêmeas e 48,19% (40/83) machos, com idades entre 6 meses e 14 anos; sendo 60,24% (50/83) braquicefálicos. Dos 83 olhos avaliados, 90,36% (75/83) tiveram cultura positiva, em que 12,00% (8/85) das amostras isolaram-se mais de uma espécie. De todas as amostras positivas, 72 amostras foram identificadas, sendo 58,33% (42/72) Gram-positivas e 41,67% (30/72) Gram-negativas, predominando o gênero Staphyloccocus spp., 29,17% (21/72) e Pseudomonas aeruginosa, 16,67% (12/72). Os isolados Staphyloccocus spp. foram sensíveis a gentamicina (95,24%), a cefotaximina (90,48%) e a doxiciclina (85,00%) e resistentes a a penicilina (98,48%), a Sulfadiazina e Trimetropim (61,90%) e a tetraciclina (57,14%), dos isolados de Pseudomonas aeruginosa, foram 100% sensíveis tobramicina, gentamicina e ao imipenem, e resistentes (11,11%) a amicacina, cefepima, ciprofloxacino e o norfloxacino, bem como as bactérias Gram-negativas da família Enterobactereacea (Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Escherichia coli, Enterobacter cloacae, Enterobacter cancerogenus e Cronobacter sp.) sendo essas, mais sensíveis a amicacina (93,75%), gentamicina (87,50%) e ao levofloxacino (87,50%) com uma resistência acentuada em relação a amoxicilina e a ampicilina (68,75%) e a cefazolina (37,50%). Evidenciando multirresistência em 22,22 % (16/72) do isolados.
Palavras-chave: Cão, córnea, microrganismos, oneHealth.
Área
Veterinária
Autores
PAMELLA ALMEIDA FREIRE CASEMIRO, ALEXANDRE LIMA ANDRADE, MARITA VEDOVELLI CARDOZO, ROMÁRIO ALVES RODRIGUES, JAQUELINE ALVES SILVA, MÁRCIA MARINHO, ALESSANDRA FIGUEIREDO DE CASTRO NASSAR, VANESSA CASTRO, IVAN RICARDO MARTINEZ PADUA, CINTHYA ANDRADE GUJANWSKI, LAIS FERNANDA SARGI, LARISSA RODRIGUES MARCHINI, PAOLA CASTRO MORAES