Dados do Trabalho
Título
VENULA PERIFOVEAL ANORMALMENTE DILATADA ENCONTRADA EM IMAGENS MULTIMODAIS DE TRAÇAO E LIBERAÇAO VITREOFOVEAL
Resumo
INTRODUÇÃO:Anormalidades vasculares retinianas perifoveais (AVRP) geralmente ocorrem como resultado de distúrbios oclusivos vasculares retinianos, como oclusão da veia retiniana, retinopatia diabética, retinopatia hipertensiva e discrasias sanguíneas.As AVRP, no entanto, também podem derivar de outras doenças hereditárias em indivíduos sem qualquer ou condições inflamatórias da retina. Gass inicialmente chamou essas condições de “telangiectasias retinianas justafoveolares idiopáticas”, e Yannuzzi LA (2006) atualizou o conceito, renomeando-as como “telangiectasias maculares idiopáticas” e classificando-as em tipos I, II e III, de acordo com suas etiologias presumidas, características biomicroscópicas e achados da angiografia fluoresceinica.A Mac Tel tipo 1, também conhecida como telangiectasia aneurismática, é unilateral, apresentando-se como vasos telangiectásicos exsudativos na área justafoveolar. O tipo 2, o mais comum, envolve telangiectasia bilateral limitada à área perifoveolar sem aneurismas visíveis e, eventualmente, está associado a neovascularização sub-retiniana (NSR) e atrofia neurossensorial. As AVRP também podem se desenvolver espontaneamente como uma entidade clínica particular recentemente descrita por Querques denominada PEVAC (perifoveal exudative anômalo complex) .Apresentamos um caso de um novo tipo de AVRP, caracterizado por uma vênula telangiectásica focal unilateral, inicialmente, observada incidentalmente durante a investigação de um descolamento sintomático do vítreo posterior (DVP).RELATO DE CASO: Mulher de 65 anos de idade, saudável, com perda visual central súbita em olho direito de início há 30 minutos. Acuidade visual era de 20/70 no olho afetado. O exame de fundo ocular no olho direito revelou a presença de vênula perifoveal dilatada ligeiramente irregular às 6 horas.Na avaliação oftalmológica multimodal, incluindo retinografia, angiofluoresceinografia (AF),infrared(NIR) e tomografia de coerência óptica de domínio espectral (OCT), a vênula dilatada superficial anormal havia sido documentada anteriormente em registros salvos por imagens NIR desde 2012. Também a partir desse ano, uma adesão vítreo foveal foi observada na imagem do OCT de ambos os olhos. Em 2020, ambos os olhos começaram a sofrer tração vitreomacular (TVM) com a presença do “sinal de bola de algodão”. Em 2022, conforme relatado acima, a paciente procurou avaliação oftalmológica de emergência devido a uma diminuição aguda da visão central do olho direito. No OCT foi evidenciado cistos intrarretinianos tracionais, associado a dilatação anormal da vênula superficial (documentada desde 2012) durante a liberação da tração vitreomacular. Corroborando com os achados, a angiografia fluoresceínica mostrou uma hiperfluorescência precoce tortuosa bem delimitada com leve vazamento intrarretiniano tardio, correspondendo a dilatação perivenular anormal superficial. No acompanhamento em seis dias,foram encontrados resolução completa dos cistos intrarretinianos no OCT. Em cinco meses, observou-se liberação total da TVM em ambos os olhos, com camada externa regular da retina. Curiosamente, um novo angiograma de fluoresceína obtido seis meses depois manteve o vazamento na área da vênula perifoveal telangiectásica, e o OCT se mantinha sem alterações. CONCLUSAO:Concluímos este enfatizando a possibilidade de formas atípicas de telangiectasias maculares, bem como a possibilidade simultânea de cistos intrarretinianos causados por tração vítrea foveal.
Área
Retina
Autores
JOAO PEDRO BRAGA, MURILO WENDEBORN RODRIGUES JUNIOR, MOISES MOURA DE LUCENA, LETICIA OLIVEIRA AUDI, VICTOR BELLANDA, EDUARDO CUNHA DE SOUZA, RODRIGO JORGE